Uma comédia de Luigi Lunari

Uma empregada de limpeza, que pode ser Deus, um comendador nervoso, um professor filósofo e um capitão que nunca se engana e raramente tem dúvidas, ficam fechados durante uma noite num estranho local. Enredadas num jogo grotesco e hilariante, as personagens evocam Schopenhauer, Descartes e ainda Voltaire ou a Bíblia, para esconjurar os medos e angústias de que são tomadas naquela situação bizarra e, aparentemente, sem saída. Para o La Stampa, Três Num Baloiço é um texto “sustentado por paradoxos, equívocos, sarcasmos cáusticos, que explora muito bem a técnica dos contratempos do vaudeville, com incursões no teatro do absurdo numa estupefacção metafísica que oscila entre Kafka e Ionesco. O tom geral é, no entanto, o de um divertimento desabrido”. Coproduzido pela ACE Teatro do Bolhão e Assédio – Associação de Ideias Obscuras, o espectáculo marca ainda o reencontro de 4 profissionais, com afinidades geracionais, que protagonizaram a cena portuense nos anos 80, enquanto directores das companhias TEAR e Comediantes. Sinopse Três homens reúnem-se por acaso numa sala num dia em que soa o recolher obrigatório para um exercício de segurança civil.Confinados a esse espaço indeterminado (que tanto pode ser um escritório, uma pensão, uma editora ou nenhuma das possibilidades) um comendador, um militar e um professor debatem-se com a impossibilidade de sair. Assombrados por uma nova personagem, que só vem adensar o mistério de um lugar sem saída e de um tempo em suspenso, estes três homens fazem um ajuste de contas com o passado, enquanto procuram conferir sentido a uma situação absurda. Três Personagens num baloiço ou na corda bamba?